E Agora, Haddad?

Pois é. E agora, Haddad?

Esse exame era sua prova de fogo no Ministério, não era? Manobra política, insistentemente anunciada já para esse ano. Claro, porque as mudanças deveriam ocorrer antes das próximas eleições. Mas, uma obra dessa magnitude não foi bem estruturada. O Enem esse ano seria revolucionário, um marco na Educação, diriam os envolvidos em sua mudança. Disseram, aliás, que substituir ou influenciar os vestibulares de quase 1.500 universidades do País não seria tarefa fácil e, realmente, não foi.

O Enem está cancelado. O recado do nosso querido Ministro é que simplesmente aproveitemos essas próximas semanas para estudar mais. O problema é que teoricamente, para esse final de semana já estava tudo esquematizado em nossas mentes. Não só nelas, diga-se de passagem.

Imaginem o quanto o Governo não gastará novamente em logística para remarcar esse exame e na impressão das novas provas? Só para ilustrar o fato: Hoje passei em uma livraria para comprar um Guia do Estudante. O caixa, em uma tentativa de puxar assunto, me perguntou se iria fazer o Enem. Repondi a ele que não, já que este foi cancelado. Surpreso, a única coisa que me respondeu foi: "Puts, cancelaram uma prova que eu iria ter na 'facu' porque iam usar o prédio para o Enem, e agora?". O aluguel das instalações para uma nova data também sairá do nosso bolso.

E agora, Haddad? Nossas vidas não giram unicamente em torno do Enem! Muitos de nós irão fazer também outras provas e como serão conciliadas as datas? E outra! O Enem também serviria de bônus para a Fuvest, por exemplo. Como serão atribuídos tais bônus ainda na primeira fase?

Não querendo ser fatalista, mas esse ano foi escolhido como "O Ano" para os vestibulandos pirarem! O antigo Enem deixará saudades. Podia até ser um pouco modesto e ingênuo, mas o bicho-papão que é essa nova prova já está assustando a muitos de nós. Além de abalados psicologicamente, nós estamos agora também em uma corda bamba.

Enquanto isso, no mundo da malacagem, o ser que tentou vender essas provas ao jornal "O Estado de São Paulo", este ser com contagiante inteligência (se fosse para vender, tivesse vendido em uma rede de cursinhos, oras!), conseguiu mudar o final de semana de mais de 4 milhões de brasileiros. Além de bancar o malandro, de quebra deu uma de "Sr. do Destino"

Parabéns cara!

PS: Segundo esse portal de notícias, a prova do Enem que não foi aplicada poderá virar um simulado.